Honda CBR Fireblade: Conheça a história dessa superesportiva
18 de Setembro de 2012
Arthur Caldeira
Em novembro de 1991, a Honda
apresentava ao mundo a CBR 900RR Fireblade. A superesportiva foi a
sensação do Salão de Milão daquele ano e revolucionou o segmento no ano
seguinte, quando chegou às lojas. As outras motocicletas superesportivas
da época tinham um motor
de quatro cilindros potente e eram muito rápidas, mas apenas nas retas e
tinham um peso excessivo. A equipe de engenheiros da Honda, liderada
pelo mítico Tadao Baba, considerado o pai da linhagem Fireblade,
trabalhou no sentido contrário: reduzir o peso da CBR 900RR para
conseguir mais velocidade com menos peso. Desde então, evoluções
sucessivas do modelo acumularam inúmeros desenvolvimentos e avanços
técnicos, mantendo-se, no entanto, fiel à definição original de um
equilíbrio total entre potência e controle.
Agora que a oitava geração
da Fireblade – o modelo 2012 da CBR 1000RR – acaba de desembarcar no
Brasil, a filosofia continua a mesma: apostar em uma ciclística ágil e
equilibrada para superar modelos até mais potentes, porém não tão fáceis
de controlar. A ideia original de “controle total” da primeira CBR 900
RR foi mantida ao longo das diversas gerações do modelo por meio de um
desenvolvimento contínuo de novas tecnologias e mesmo com a mudança da
capacidade cúbica do motor de quatro cilindros em linha – desde 1992,
quando tinha 893 cm³ de capacidade, a Fireblade já teve motores
com 919 cm³, 929 cm³, 954 cm³, 998 cm³ e o atual 999 cm³. Sempre o
aumento de capacidade e potência foi acompanhado de avanços no quadro,
freios e suspensões. Conheça agora, geração a geração, a evolução dessa
lenda sobre duas rodas que carrega o DNA Racing da japonesa Honda.
1992-1995 – CBR 900RR Fireblade (893 cm³)
O que poucos sabem é que a Fireblade
original começou a ser desenvolvida com motor de 750cc. Mas o “pai” da
criança, Tadao Baba, explica: “começamos com uma CBR 750RR, mas já
tínhamos a VFR nessa faixa, talvez então uma 1.000 cc? Não, a Honda já
vendia a CBR 1000F. Tivemos a ideia de manter as dimensões de uma 750cc e
usar o mesmo motor base com o mesmo diâmetro, mas com o curso maior.
Chegamos então a um quatro cilindros com 893 cm³ de capacidade”. Nascia
então uma nova classe: a 900 cc. Combinando uma potência elevada com um
chassi leve e uma geometria agressiva, a Fireblade fez sucesso
imediatamente.
1996-1999 – CBR 900RR Fireblade (919 cm³)
Uma evolução
significativa do modelo original, essa versão é maior e mais potente
(com 1 mm de diâmetro a mais nos cilindros) e ganhou melhorias no chassi
para proporcionar um desempenho ainda mais radical nas curvas.
2000-2001 – CBR 900RR Fireblade (929 cm³)
A primeira Fireblade a usar a
tecnologia PGM-FI (ou seja, o sistema de injeção eletrônica de
combustível da Honda), o modelo de 929 cm³ de capacidade também recebeu
um chassi completamente novo. A grande novidade ficava por conta da
balança traseira, montada na parte de trás do motor, ela contribuía para
a centralização de massas e menos peso, duas das principais qualidades da superesportiva japonesa.
2002-2003 – CBR 900RR Fireblade (954 cm³)
Com um motor maior e ainda mais potente
de 954 cm³, essa versão também trazia quadro e balança traseira mais
rígidos. Para melhorar ainda mais a arte de fazer curvas, as pedaleiras
do modelo 2002 foram posicionadas em um local mais alto para permitir um
ângulo de inclinação maior nas curvas. No visual, começavam a aparecer
as linhas mais angulosas no modelo. Segundo a Honda, o novo desenho da
carenagem proporcionava uma melhor penetração aerodinâmica. O resultado
foi uma superesportiva com excelente desempenho na pista e também na
estrada.
2004-2005 – CBR 1000RR Fireblade (998 cm³)
Inspirada pela adoção dos motores de
1.000 cc na MotoGP, a Fireblade alcançava finalmente a mítica categoria
de um litro. A primeira CBR 1000RR estreou diversas tecnologias, como o
Honda Eletronic Steering Damper (HESD), ou seja, um amortecedor
eletrônico de direção de série, e a balança traseira Unit Pro-Link, na
qual o amortecedor traseiro é fixado na parte interna da peça. Novamente
reduzindo as dimensões e centralizando as massas, essa motocicleta
contava com uma única saída de escapamento no centro da rabeta.
2006-2007 - CBR 1000RR Fireblade (998 cm³)
Mais leve, mais potente e com uma
maneabilidade ainda melhor do que a geração anterior graças à balança
traseira mais leve, as suspensões revisadas e um novo sistema de
escapamento. Essa geração da CBR 1000RR ilustra a busca da Honda pela
perfeição em sua superesportiva. Foram feitos apenas ajustes finos no
modelo de 2006.
2008-2011 – CBR 1000RR Fireblade (999 cm³)
Uma moto completamente nova. Assim pode
ser definido o modelo 2008 da Fireblade. Com quadro totalmente inédito,
motor maior e mais potente e dois quilos mais “magra”, a sétima geração
da superesportiva ficou ainda mais afiada. Com tecnologia de ponta, como
amortecedor eletrônico de direção, embreagem deslizante e novas
suspensões, a Fireblade ficou mais “na mão”, uma moto de 1000 cc fácil
de pilotar. Nesse modelo, as mudanças foram radicais. A começar pelo
design, que ganhou linhas mais arredondadas e minimalistas, abandonando
os ângulos retos de vez. Para tirar ainda mais peso das extremidades e
contribuir para a centralização das massas, a Honda adotou um novo
sistema de escapamento. Bastante curto e posicionado na lateral direita
da CBR 1000, o escape trazia um moderno sistema para melhorar o torque
em baixas rotações.
Em 2010, a Fireblade ganhou o primeiro
sistema de freios ABS controlados eletronicamente. Além dos sensores de
velocidade nas rodas, há uma válvula de pressão e um modulador para cada
roda. E também o cérebro do C-ABS, também chamado de módulo eletrônico
central (ECM).
Quando o piloto aperta o manete, o
fluido aciona um relé na válvula que manda para a ECM a informação de
quanta pressão foi aplicada. A ECM então aciona os moduladores. Esses
moduladores são unidades motrizes que acionam outro pistão para aumentar
a pressão hidráulica na linha de freio até a pinça parar a moto. O
C-ABS em resumo para quem não entende muito de termos técnicos: você
aperta o manete ou pisa no pedal e “empurra” o fluido até a válvula de
pressão; a válvula envia um sinal para a ECM; a ECM aciona a unidade
motriz; a unidade motriz aplica a pressão até a pinça de freio. E a moto
para. Mais ou menos como se você apertasse um botão para frear, porém
com um sensor que mede a força (pressão) aplicada no pedal.
2012 – CBR 1000RR Fireblade (999,8 cm³)
O modelo 2012, que foi lançado
recentemente no Brasil, traz como principal novidade um novo conjunto de
suspensões. Ganhou ainda novas rodas, a carenagem superior e os faróis
foram remodelados, além de um painel de instrumentos mais completo.
Porém, diferentemente de outros
fabricantes, que adotaram controle de tração e modos de mapeamento do
motor, a Honda optou pela tradição. Manteve apenas os freios C-ABS,
controlados eletronicamente, e também fez novos acertos na injeção
eletrônica de combustível para alimentar o motor, o que, de acordo com o
fabricante, vai proporcionar uma melhor entrega de torque em médios e
baixos regimes. O propulsor manteve-se o mesmo quatro cilindros em linha
de 999,8 cm³ de capacidade, DOHC, 16 válvulas e refrigeração líquida,
que produz 178 cavalos de potência máxima a 12.000 rpm e 11,4 kgf.m de
torque máximo a 8.500 rpm.
O garfo dianteiro invertido
(upside-down) agora utiliza o sistema Big Piston Fork (BPF) com tubos de
43 mm de diâmetro. Criado pela Showa, os amortecedores BPF tem uma
estrutura interna diferente dos garfos convencionais e oferecem um
amortecimento mais suave, melhorando o contato do pneu com o solo.
Aprimorando, dessa maneira, a estabilidade nas entradas de curva.
Na traseira está outra grande novidade.
Pela primeira vez uma moto de série utilizará o amortecedor Balance Free
Rear Cushion. Desenvolvido em conjunto pela Honda e a Showa, o
amortecedor conta com dois tubos internos ao invés de apenas um, como
são normalmente feitos os monoamortecedores traseiros. Além de um
funcionamento melhor, o novo sistema permite ajustar a compressão e
retorno mais facilmente e com mais precisão.
Ainda na parte ciclística, a Honda
decidiu adotar rodas de liga-leve de 12 pontas, em vez das anteriores de
apenas três. Mais rígidas, a Honda assegura que as novas rodas, além de
mais bonitas, devem beneficiar a pilotagem em conjunto com as novas
suspensões.
No restante, a CBR 1000 RR traz os
mesmos atributos que fazem sua fama: uma moto extremamente domável. O
bom amortecedor eletrônico de direção, os freios C-ABS controlados
eletronicamente e a excelente distribuição de massas ajudam a
concretizar essa reputação.
Além disso, a Honda deu uma leve
repaginada no visual. As linhas angulosas voltaram à carenagem dianteira
superior. O conjunto óptico e o nariz ficaram mais “pontudos”. A CBR
1000RR 2012 também traz novidades na carenagem lateral, que agora
utiliza um sistema de dupla camada, já presente da VFR 1200F. Além de
garantir um visual mais limpo, sem parafusos, as duas camadas da
carenagem permitem um melhor fluxo de ar em altas velocidades.
Para completar a Honda modernizou o
painel de cristal líquido. Totalmente digital, a tela de LCD traz
contador de voltas, conta-giros com quatro modos de visualização e o
útil indicador de marcha engatada.
O modelo 2012 da superesportiva de 1.000
cc da Honda será comercializado em três cores: branca com detalhes em
azul e vermelho; vermelho com detalhes em branco e preto; e totalmente
preta. Estará à venda em duas versões: standard nos três esquemas de
cores por R$ 59.900; e com C-ABS apenas na cor vermelha por R$ 62.900.
Fotos: Divulgação
Fonte:
Agência Infomoto
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