Até Quando?

Leandro Lodo
O título dessa pequena e ínfima matéria
mostra a minha grande indignação com o estado de calamidade no qual se
encontra o nosso país. Resolvi escrever sobre o assunto muito mais como
um desabafo, já que eu sei que dificilmente algo vai ser mudado e,
talvez eu nem queira que seja mudado, já que estamos em um país onde
quando as coisas mudam, mudam para pior.
Na noite da última quarta-feira, 12/12,
após jantar em um restaurante, estávamos eu e minha esposa voltando para
casa em uma Kawasaki Z1000 quando fui abordado por seis sujeitos em
três motos. Um deles, na garupa de uma das motos e armado, ordenou que
eu parasse, então parei! Aos gritos e com a arma apontada para mim, eu
fui revistado e tive todos os meus pertences roubados incluindo chaves,
cartões, documentos e capacetes, que nos foram arrancados da cabeça.
Graças a Deus, assim como a minha
esposa, eu estou vivo e posso continuar a escrever. Porém, duas semanas
atrás, no dia 29/11, Rafael Jesus Fulaz, 31 anos, e a sua esposa, Sibele
Carla Pedroso, 36 anos, não tiveram a mesma sorte. O casal foi
assassinado após uma tentativa de assalto na Avenida dos Bandeirantes,
também em São Paulo (SP).
A motocicleta, uma Honda CBR 1000 RR
Fireblade Repsol havia sido comprada um dia antes da noite do
assassinato. As vítimas estavam em um semáforo quando foram abordadas
por dois homens. Na tentativa de fugir, ao acelerar a moto, o casal foi
baleado e acabaram colidindo com um carro. Ainda no chão, um dos
assaltantes se aproximou e fez mais disparos. A barbárie aconteceu aos
olhos das filhas de Sibele, de 19 e 6 anos, que estavam em um carro
acompanhando o casal.
Agora, em relação aos casos citados,
tanto comigo quanto ao casal assassinado, alguns podem dizer: "Eles não
deveriam estar andando com essas motos por aí!", "Será que eles tinham
Seguro?", "Também, o cara foi correr!". Essas são algumas afirmações e
questionamentos que não deveriam existir. Se um quinto do nosso
dinheiro arrecadado com os impostos pagos em todo produto que nós
compramos recebesse seu devido destino, essas coisas não aconteceriam.
Além disso, eu tinha seguro, que aliás foi bem caro (R$ 3.500 apenas
contra furto) e, com certeza, o próximo seguro será muito mais alto.
O absurdo é tão grande que nós pagamos
altos impostos, não sabemos realmente o quanto pagamos (bem diferente de
países como os EUA) e nada, ou quase nada é revertido em benefícios à
população. Para se ter uma ideia, 64,65% do preço de uma motocicleta
acima de 250 cc é imposto e, onde será que é investida essa “pequena”
quantia? Com certeza está sendo investida na educação, em moradia, em
transporte e no desenvolvimento de algum filho de político, porque na
vida do cidadão de bem isso não chega nem perto.
Um país só pode melhorar com
investimento na educação. Claro que moradia, transporte, saneamento
básico são importantes. Mas, a educação é a base, é a formação do
cidadão. É ela que em longo prazo pode modificar uma população. E,
quando falo de educação é em todos os níveis, não adianta colocar aluno
semianalfabeto na faculdade e achar que o mundo vai melhorar.
Além disso, tem muitos “espertinhos” que
compram motocicletas com “nota fria” para poder andar em autódromos,
que compram peças e acessórios de motocicletas com procedência
desconhecida e utilizam sempre aquela velha desculpa: na concessionária é
muito caro! Esse tipo de pessoa alimenta o crime e movimenta este ciclo
vicioso de peças roubadas. Quem se acha “esperto” ajuda a puxar o
gatilho da arma apontada a cabeça do cidadão de bem, além de poder ser a
vítima de amanhã!
Se o que eu escrevi puder fazer com que
apenas uma única pessoa deixe de comprar peças com procedência duvidosa,
o meu tempo dispensado já valeu!
Fonte:http://www.moto.com.br/acontece/conteudo/ate_quando-60387.html
VAMOS CADA UM FAZER A NOSSA PARTE, PELO AMOR DE DEUS, POIS SÓ ASSIM AS COISAS PODEM COMEÇAR A MELHORAR.VALEU!
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